Erradicar o uso ilegal de venenos no Alentejo
Zero Poison For Life: Nova campanha de crowdfunding pretende contribuir para erradicar o uso ilegal de venenos no Alentejo
Filipa Alves (15-10-2013)
É hoje lançada uma nova campanha de crowdfunding ambiental que tem como objectivo contribuir para erradicar o uso ilegal de venenos no Alentejo, mais especificamente na zona de Moura-Mourão-Barrancos. A “Zero Poison For Life” é uma iniciativa da ONGA Centro de Estudos da Avifauna Ibérica (CEAI) e beneficiará espécies de animais silvestres e domésticas.
Na página da campanha, alojada na plataforma Indiegogo ao abrigo da iniciativa de crowdfunding ambiental Naturfunding, é explicado que os venenos são frequentemente utilizados nas zonas rurais de forma ilegal para controlar as populações de predadores silvestres, como as raposas ou os sacarrabos.
No entanto, os iscos envenenados afectam muitas vezes outros animais silvestres, nomeadamente espécies ameaçadas como o lince-ibérico ou a águia-imperial-ibérica, bem como animais domésticos, tanto cães como gatos. Para além de causar a morte, directamente, a centenas destes animais todos os anos, os venenos vitimam ainda, indirectamente, outras espécies que entrem em contacto com os seus corpos mortos, já que as substâncias tóxicas mantêm-se activas por muito tempo, podendo o efeito propagar-se ao longo da cadeia alimentar.
Para combater o problema, que é comum a outros países do Mediterrâneo, várias entidades associaram-se num projecto que é co-financiado pela Comissão Europeia. O LIFE+ Inovação Contra Envenenamentos está a ser implementado em oito áreas piloto, sendo o CEAI responsável pela área de Moura-Mourão-Barrancos.
O objectivo da campanha agora lançada é reunir fundos para complementar o financiamento atribuído pela Comissão Europeia. Os 15.000 euros definidos como objectivo permitirão, na prática, custear 14 acções de prospecção de venenos no terreno por parte da Equipa Canina Europeia (especializada neste trabalho), bem como investir na educação de 750 crianças e jovens da região sobre a importância da conservação da biodiversidade e como os venenos a colocam em risco e, por fim a disponibilizar formação técnica especializada aos agentes da autoridade que combatem, no campo, a utilização de venenos.